1. O José Sócrates que se cuide porque vêm aí as forças de bloqueio e que não é a oposição no Parlamento “o regresso de Cavaco Silva ao tabuleiro de xadrez político. Com Manuela Ferreira Leite como ‘rainha’ e ‘bispos’ e ‘torres’ já em movimento”
2. Mas há sempre pontos em que concordarão. A permanência de Barroso na Comissão Europeia ameaçada pela não ratificação do Tratado de Lisboa.
3. Há quinze anos que proclama (ele) a desertificação do país. “Não há país europeu que seja tão desequilibrado na distribuição de pessoas, recursos, bens e equipamentos.”
4. Para quê um novo aeroporto se temos este (o da Portela) que é tão bom e tão perto?
5. O novíssimo lema de P.S.L. “Façam coisas mas não se mostrem”.
sábado, 12 de julho de 2008
Os IVOS de Pedro Santana Lopes
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4 comentários:
Um país a pilhas
Deste corda ao pardal?
Sócrates e os seus ministros brincam com Portugal como se este triste País fosse um Lego. Um Lego funcionando a pilhas. Só que, neste pobre país mal governado, há tanta gente a pilhar, que cedo não haverá, sequer, dinheiro para pilhas. Restará, então e apenas, a corda. Que, infelizmente, milhões já têm ao pescoço.
Sócrates e a sua equipa sonham, assim, com o “Lego” de Alexandre O´Neill.
Lego
Está tudo conformado
ao triste proprietário.
Mecânicas ovelhas,
na erva de plástico,
têm pastor de pilhas
e cão pré-fabricado.
Flores marginam esse
às peças-soltas prado.
Eléctricas abelhas,
obreiras sem contrato,
daquele herbário extraem
um mel supermercado.
A malhada, no estábulo,
quase manga de alpaca
(é A VACA, sabias?),
dá leite engarrafado.
No céu (para colorir)
a nuvem, pontual,
aguarda a vez de ser
chovida no nabal,
enquanto o Sol dardeja
na eira proverbial.
Já tudo afeiçoado
ao bom do proprietário
(ervas, bichos, moral),
ele conta com os seus
e espera sempre em Deus.
("- Deste corda ao pardal?")
Boa-noite, Maite!
Caro Zénite
Um dos grandes problemas de países em vias de desenvolvimento como é o caso de Portugal é precisamente "há tanta gente a pilhar" e não é só ao nível de topo mas está enraizado na própria cultura. Continuo a pensar que é tão grave roubar pouco como roubar muito ou fazer tráfico de influências em pequenos casos do quotidiano como em grandes casos. Ainda ontem estive nas finanças e dei comigo a pensar que se quisesse podia passar à frente de toda a gente (basta ter conhecimentos lá) e não ficar à espera 1/2 hora mas isso era precisamente desrespeitar os outros que estavam ali à espera, por isso não o fiz. Isto é apenas um exemplo caricato, eu sei. E daí talvez não seja assim tão caricato, é apenas uma ilustração. Não é que queira parecer melhor ou pior que os outros. É uma questão de princípio.
Não conhecia o poema de Alexandre O'Neil. Obrigada :)
Uma boa tarde para si
Cara Maite,
Porque este post perfez 1 ano há 10 dias:
Visionário, o Governo sonhou, mais uma vez, com o LEGO de Alexandre O’Neill (pode ser lido num outro comntário):
O sonho:
Lisboa, 22 Mai 2008 (Lusa) - A construção da fábrica de pilhas de combustível da Agni em Montemor-o-Velho arranca em Junho, devendo alcançar a velocidade de cruzeiro em 2011, correspondente a um volume de vendas de 59,8 milhões de euros.
(…)
Aprovado em Conselho de Ministros a 29 de Setembro, o investimento envolve o Estado Português e a AGNI - empresa considerada líder no desenvolvimento e no fabrico de células de combustível e de outros processos de alta tecnologia.
(…)
No final do Conselho de Ministros, o titular da pasta da Presidência salientou que a futura plataforma tecnológica "será altamente automatizada e flexível", destinando-se, entre outras funções, "à produção de pilhas de combustível, (…).
De acordo com as estimativas do Governo, em 2016 (ano do termo do contrato com o Estado), o investimento deverá permitir um volume de vendas de 576,8 milhões (…)
"É o inverso da hidrólise. Dou-lhe hidrogénio e oxigénio, e vou obter energia e água", explicou.
Fonte: RTP/Lusa (22MAI2008)
______________________
Agora, a realidade:
Grupo Agni, da Malásia, largou investimento em Portugal
O grupo Agni desistiu de investir em Portugal, os quadros deixaram o país e todo o projecto de investimento, avaliado entre 60 e 70 milhões de euros, está sem rumo. A situação, por alegada falência, deixou parceiros e fornecedores sem pagamentos.
O PÚBLICO apurou que o leque de credores vai desde a Empresa Geral de Fomento (EGF), do grupo Águas de Portugal, que reclama neste momento em tribunal uma dívida calculada em cerca de quatro milhões de euros, até a uma pequena unidade hoteleira de Viana do Castelo que diz ter ficado com 11 mil euros por saldar,(…)
Os números telefónicos oficiais das instalações da Agni em Portugal mudaram e o atendimento resume-se a um funcionário cuja missão é apenas registar quem telefona. (…) Na opinião dos credores, "desapareceram", "não deixaram rasto", uma situação que se tornou evidente para estes a partir de Março passado. (…)
A Agni, que deveria começar a fabricar pilhas de combustível a partir de 2009 e contratar cerca de meia centena de doutorados saídos do programa MIT Portugal para o seu centro de investigação, chegou a assinar um memorando de entendimento com a antecessora da AICEP (ex-API)(…)
As negociações com o Estado nunca chegaram a fechar, pelo que não foi concedido qualquer financiamento público ao projecto. Já no caso da EGF, três dos cinco contratos começaram a ser realizados, mas, "não tendo a Agni cumprido os compromissos assumidos e não demonstrando capacidade para vir a cumprir" - disse a EGF ao PÚBLICO -, esta denunciou os referidos contratos entre Maio e Junho. Acrescenta a EGF que o valor global do investimento em dívida, de quatro milhões de contos, respeita à Algar, Amarsul e Resulima. O projecto, considerado emblemático pelo seu carácter inovador e por desenvolver novas tecnologias, constituiu uma aposta do Ministério da Ciência e da Tecnologia (…)
Fonte: Jornal Público, Lurdes Ferreira, 09JUL2009
De notar o contraste entre a ênfase dada pelo Governo na 1ª notícia, e a imune desobrigação do Estado na 2ª notícia.
"- Deste corda ao pardal?"
Palavras proféticas de O’Neill!
Abraço e uma noite tranquila, cara Maite.
P.S.: acresce, agora, que o défice orçamental (7.305,8 milhões de euros),quase quadruplicou no 1º semestre do ano em curso face a igual período do ano passado! Perdoe a extensão do texto.
Caro Zénite
Um sonho que se tornou um pesadelo.
Há que mostrar a estes senhores que os seus actos têm realmente consequências. Ou será que temos a memória muito curta? A ver vamos.
Uma boa tarde para si
P.S. peço desculpa por só agora estar a responder mas só hoje vi o seu comentário
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