Estando o PSD a quilómetros luz do poder por diversos motivos sendo o principal a total falta de capacidade para se diferenciar do PS, elegeram os eleitores um líder que para além de se colar às políticas do governo como foi na questão dos impostos, do referendo europeu, do papel do estado, tenta copiar, também, as próprias estratégias de José Sócrates como é agora o caso do silêncio em relação à formação da sua equipa que será conhecida apenas no congresso do próximo fim-de-semana. Com uma oposição deste calibre, é natural que o governo se dê ainda mais ao luxo de fazer tudo à sua maneira e como disse Mário Soares, isto “é uma calamidade para uma democracia”. Não deixa de ser curiosa a extensa lista de nomes avançada para a sucessão de Marques Guedes: Santana Lopes, Mota Amaral, Duarte Lima, Rui Gomes da Silva, Paulo Rangel, Jorge Neto, Patinha Antão e Mendes Bota. Sendo Mota Amaral o preferido para dar credibilidade ao grupo parlamentar, embora se lhe reconheça falta de dotes oratórios, e Santana Lopes (que durante a semana se chegou à frente para dizer que afinal ainda está vivo) a escolha de último recurso por lhe faltar a credibilidade tão, urgentemente, necessária e ainda haver o perigo de se criar a ideia de uma liderança bicéfala. Posto isto e voltando à tese do PSD estar muito distante do poder, esta seria uma boa altura para arrumar a casa: ganhar estabilidade, credibilidade e sarar feridas. Mas a ansiedade, a impaciência e a vontade de mudar apenas por mudar, deram a vitória a Menezes que de tanto brandir a espada contra moinhos de vento irá criar uma tensão tal dentro do partido que o deixará exangue e ainda mais distante daquele que era o seu objectivo primeiro: o poder.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
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