terça-feira, 6 de novembro de 2007

Oh suprema desilusão!!

O confronto JS vs SL não ofuscou o interessantérrimo debate do orçamento para 2008. A oposição não conseguiu colher dividendos e limitou-se a rir e a abanar a cabeça da esquerda para a direita e vice-versa perante as investidas de JS no seu papel de defensor do orçamento e das suas potencialidades. A oposição não é credível, não porque não queira mas porque não consegue. Acaba sempre por se deixar ludibriar pelo discurso ligeiro de JS que, ou não responde às perguntas (quando não lhe convém) remetendo para o seu interlocutor (de direita) as culpas do estado do país ou limita-se a apontar erros de interpretação quando o interlocutor é de esquerda. JS faz sempre um jogo de antecipação que requer um exaustivo trabalho de casa. A oposição faz ainda o jogo do amadorismo e da improvisação.
Perante este cenário morno sem banho de sangue é natural que as galerias ficassem quase desertas a meio da sessão. Outra coisa ainda mais intrigante é o caso da bancada da CDU que, quando um dos seus deputados começou a falar, quase todos os seus congéneres decidiram fazer uma pausa e sair (o discurso dos comunistas está tão gasto que até os próprios já não o suportam!!!)
Quanto ao orçamento propriamente dito, fica para depois…

A grande expectativa

O orçamento é um pretexto (um bom pretexto) para o grande combate entre os dois “titãs” .
Adivinha-se uma sessão acesa, a contrariar o cinzentismo que tem pautado as sessões do hemiciclo.
Espera-se que os dois gladiadores tenham feito o trabalho de casa e não desiludam a assistência (galerias esgotadas, inclusive) sedenta de “sangue”.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Menezes, o viagra do PSD

Estando o PSD a quilómetros luz do poder por diversos motivos sendo o principal a total falta de capacidade para se diferenciar do PS, elegeram os eleitores um líder que para além de se colar às políticas do governo como foi na questão dos impostos, do referendo europeu, do papel do estado, tenta copiar, também, as próprias estratégias de José Sócrates como é agora o caso do silêncio em relação à formação da sua equipa que será conhecida apenas no congresso do próximo fim-de-semana. Com uma oposição deste calibre, é natural que o governo se dê ainda mais ao luxo de fazer tudo à sua maneira e como disse Mário Soares, isto “é uma calamidade para uma democracia”. Não deixa de ser curiosa a extensa lista de nomes avançada para a sucessão de Marques Guedes: Santana Lopes, Mota Amaral, Duarte Lima, Rui Gomes da Silva, Paulo Rangel, Jorge Neto, Patinha Antão e Mendes Bota. Sendo Mota Amaral o preferido para dar credibilidade ao grupo parlamentar, embora se lhe reconheça falta de dotes oratórios, e Santana Lopes (que durante a semana se chegou à frente para dizer que afinal ainda está vivo) a escolha de último recurso por lhe faltar a credibilidade tão, urgentemente, necessária e ainda haver o perigo de se criar a ideia de uma liderança bicéfala. Posto isto e voltando à tese do PSD estar muito distante do poder, esta seria uma boa altura para arrumar a casa: ganhar estabilidade, credibilidade e sarar feridas. Mas a ansiedade, a impaciência e a vontade de mudar apenas por mudar, deram a vitória a Menezes que de tanto brandir a espada contra moinhos de vento irá criar uma tensão tal dentro do partido que o deixará exangue e ainda mais distante daquele que era o seu objectivo primeiro: o poder.

sábado, 29 de setembro de 2007

Pensamentos vagos de uma tarde húmida de Outono

O dia seguinte a condizer com o sentimento pasmado, incrédulo e mornamente inquietante que ficou de uma vitória numa eleição que serviu apenas um propósito: alimentar o ego de cada um dos candidatos não trazendo qualquer dividendo ao partido.
Olhando esta eleição pela perspectiva dos candidatos, esta era a única chance de um continuar e o outro chegar a líder do partido e agarraram-na com unhas e dentes, um mais que o outro e daí o resultado. Diz o velho provérbio que o mundo é dos espertos e mais uma vez se confirmou. Quem não foi muito esperto foi o eleitorado ou então estavam todos a dormir em pré-ibernação ou modorra ou o que se quiser chamar.
De qualquer forma, este é apenas um período de transição (espero) e o mandato deste líder não chegará a 2009 sob pena do PSD ficar na prateleira da oposição como se de mera mobília da Assembleia se tratasse. Sim, porque daqui para a frente a oposição não será fraca, será risível tal como foi a passagem de Santana Lopes pelo governo como primeiro-ministro.
Todos afirmam que a primeira prioridade é a unidade do partido, mas que credibilidade tem o recente eleito líder para unificar o partido? Nenhuma. Até porque as provas dadas são indicadoras do oposto e só para mencionar as mais recentes: as desavenças em relação às quotas, a tentativa de desautorizar os órgãos do partido, a ameaça de impugnar o acto eleitoral, as acusações torpes e insidiosas - não são um bom augúrio para a pacificação do partido quanto mais para a sua unidade, a não ser que todos agora se armem em carneirinhos amestrados.